sábado, 5 de setembro de 2009

School's out

Muito tempo que não posto no blog, acho que mais por preguiça mesmo. Algumas vezes até começava o texto, mas então não terminava e acabava deixando pra lá. Enfim, num outro post escreverei sobre a viagem, como foi, e coisas do tipo.

Gripe suína ÉSSE DOIS. O H1N1 adquiriu minha simpatia gratuita ao ponto que o início das minhas aulas foram adiadas com o intuito de, no mais belo clichê, “melhor prevenir do que remediar”. Ainda bem que a escassa inteligência de quem propôs isso não deixa ver que não adianta/adiantou nada, no que se diz em relação à transmissão e propagação da doença. Mas tenho que agradecer também pelo fato de ter ganhado de bandeja mais duas semanas pra coçar.

E devo dizer que essas voltas às aulas tão sendo uma bosta muito grande e fedida. Que bom que só falta mais um semestre pra eu acabar tudo (ou não né, rs). E ainda dizem que eu vou sentir muita falta disso depois, apesar de, pelo menos AGORA, eu não conseguir ver isso. Mas quem sabe, né? Tomara que não, de qualquer forma.

Sobre a minha escola, nota-se que ao mesmo passo que eu DETESTO AQUELA PORRA, estranhamente também gosto pra caramba. Apesar de, ao ingressar naquilo, minhas notas terem diminuído drasticamente, meu nível de concentração passar a inexistir, a pouca vontade de estudar se esvaecer quase que por completo, ainda assim foi bom pro meu desenvolvimento como pessoa. As situações que eu vivi nesses poucos anos lá – e nas situações que estão diretamente envolvidas com a escola – foram bem gratificantes, em sua maioria. Idas a lugares que eu talvez nunca conhecesse, não fosse a escola, melhoria no quesito musical e futebolístico... e acima de tudo, melhoria no caráter. Sim, mesmo com todas as retardadices, meu desenvolvimento HUMANO foi ótimo.

Mas vale lembrar que eu não recomendo a escola pra ninguém. E como a madrugada vai chegando, a gente vai ficando mais mole. Com certeza quando eu tiver mais descansado eu vou ler o que eu vou escrever e pensar comigo mesmo “vai se foder”. Mas certamente vai deixar saudades, e sim, estou me contradizendo (vide algumas linhas atrás).


Que seja eterno enquanto dure.

sábado, 18 de julho de 2009

can I be electric too?

Nos próximos dias estarei viajando pros confins do Nordeste brasileiro, lá no Estado do Piauí. Talvez um dos Estados mais importantes (ou não) da região. Mas certamente a cidade para qual eu vou não é das mais importantes (obviamente não encaro isso como um problema). Mas tudo bem: praticamente visito a tal cidade – Anísio de Abreu – todos os anos, e pra mim é sempre o mesmo porre. Um calor desgraçado, uma caralhada de mosquitos chatos no teu ouvido e comendo tuas pernas, pés, braços (se vacilar comem seu cu também), e um tédio infernal (2 canais – Globo e Record - na TV da casa onde eu fico, sem computador e tão pouco internet). Mas, apesar de tudo, no fundo no fundo eu até que gosto daquele lugar chato, lugar de origem da minha mãe e onde estão a maioria dos familiares dessa parte da família... até que eu curto. Ou não.

Esse ano irei no mês de Julho numa ocasião especial: centenário da minha guerreira bisavó. Todos os anos eu esperneio muito pra não ir (todos os anos em vão), mas dessa vez eu vou com mais sentimento de obrigação do que anteriormente, devido aos 100 anos da velhinha (praticamente a gigantesca família da minha mãe vai estar lá por inteira pra prestigiar essa ocasião única). Como já me aconselharam e eu já coloquei na cabeça: irei aproveitar o máximo que der lá – mesmo que seja pouco.

O que me deixa mais cabreiro é a viagem em si. As paisagens que são vistas até que são legais, mas os riscos são grandes, já que são praticamente 6000km percorridos (somando ida e volta)... de carro (!). A cidade fica no sul do Piauí (longe da capital Teresina) e o aeroporto mais próximo é bem longe. A viagem de carro é cansativa de verdade, afinal, são aproximadamente 27 horas da minha casa até a casa da minha vó (pelo menos essa foi a conta que eu me lembro que meu pai fez uma vez). Mas o real motivo do meu medo é de acidentes na estrada.

A minha vida e a vida da minha família já esteve ameaçada mais de uma vez em algumas dessas viagens afora. Óleo na pista, falha mecânica, estradas arrebentadas, imprudência dos outros motoristas e do motorista do meu carro (no caso, meu pai). Em um desses incidentes – que por pouco não se tornou um acidente – eu cheguei a ter um flashback da minha vida inteira em questão de centésimos, enquanto um Gol vermelho vinha vindo em alta velocidade contra o carro em que eu estava. Foi uma das sensações mais escrotas da minha vida inteira, e quase que literalmente, por um fio não aconteceu uma tragédia (sem querer ser dramático, mas é verdade). Depois fiquei pelo menos uns 5 minutos sem reação nenhuma, apenas olhava pra pista e assistia os carros passando, sem pensar em nada.

No geral, viagens até o Piauí – ida e volta – são como aventuras. Mas eu realmente prefiro ficar vivo a me aventurar dessa maneira haha... eu vou voltar.


sábado, 6 de junho de 2009

MEDO, muito medo



Algumas pessoas que mantiveram contato comigo nos últimos tempos constataram meu terrível medo de assuntos sobre ufologia em geral. E mesmo assim eu me interesso bastante pelo assunto, sei lá porquê. Fato é que eu to paranóico pra caralho por conta disso.

Nos últimos dias eu dei algumas bastantes olhadas em textos, matérias e vídeos sobre supostas aparições extraterrestres em diversos pontos da Terra. O que mais me deu medo à primeira vista foi o caso de Frederick Valentich, um jovem piloto australiano que sumiu misteriosamente em algum ponto entre o Estreito de Bass e King Island, região que fica localizada na Austrália, enquanto pilotava sua pequena aeronave. O desaparecimento de Valentich até hoje não pode ser determinado com 100% de precisão. Mas, pra mim, o que aconteceu foi um incidente com algo fora do comum: com algo fora do planeta Terra. Pra entender o porquê de eu achar isso, leia aqui sobre o caso de Valentich, e aqui uma reportagem sobre o caso, dividida em 1, 2, 3 partes.

Outro caso que tive notícia recentemente aconteceu em terras brasileiras. Aconteceu em 1977, no humilde município de Colares, localizado no Estado do Pará. Vendo a reportagem (aqui), eu não senti tanto medo (já que o exagero na dramatização é altíssimo – certas vezes chega a ser hilário). Mas, porra, parando pra pensar na história em si já me dá um calafrio sinistro. E olha que esse caso envolve mais do que simplesmente (risos) ufologia, mas também – talvez – informações extremamente valiosas sendo escondidas pelo Governo (até nisso essa merda interfere negativamente). TENSO.

Eu acho que a maioria das pessoas que eu conheço nunca sentiu medo de verdade (ou já né, vai saber haha). Digo isso em comparação ao medo que eu, particularmente, tenho de assuntos extraterrestres. Eu sei que eu já disse ali em cima sobre isso, mas porra, eu realmente tenho muito medo dessas merdas. Só de ouvir um “simples caso” contado da maneira mais tosca pelo meu irmão, ou de ouvir um colega na sala de aula contar sobre uma experiência “estranha” sobre tal assunto, meus olhos ficam cheios de água, totalmente úmidos (inclusive já cheguei a chorar involuntariamente algumas vezes). Até a hora de ir pra cama relaxar se torna uma hora tri-tensa quando vejo assuntos do tipo antes de puxar o ronco (mas eu sou burrão também de fazer isso).

Mais uma ocorrência aqui sobre o assunto. Pode não parecer pra tanto, mas senti um medo absurdo nesse caso também. E sim, só pra reiterar algo que já praticamente está implícito no texto: eu acredito em OVNIs, ETs, seja lá qual for a denominação. Que dor no saco.

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Mas tudo fica ok quando eu lembro desse ser de outro planeta, rs.

sábado, 30 de maio de 2009

Lista de Desejos



Falta de criatividade pra escrever no blog resulta em usar proposta dos outros (sem ofensas) haha. Fazer uma lista de oito coisas para fazer antes de morrer é bem mais difícil do que eu pensava. Talvez porque – como a Bianca, a pessoa que me sugeriu tal proposta – eu não ache que tenha mais coisas a acrescentar. Digo, lógico que tem, todo mundo tem (ou pelo menos espera-se isso), mas não creio que sejam tantas coisas específicas. Ou talvez sejam né, tendo em vista que eu ainda não pensei em nada pra escrever aqui. Vejamos então:

- Ir em 5 shows de bandas que eu gosto. Pelo menos cinco. Lógico que nem todas, já que algumas bandas que eu curto bastante não me apetece ir num show (tipo o Oasis, que recentemente veio pra São Paulo e eu não quis ir de última hora), enquanto que outras eu me sacrificaria muito pra ir (tipo The Strokes). No caso, as bandas que eu daria prioridade, hoje, acho que seriam: The Strokes, Stereophonics, Jet, Engenheiros do Hawaii e Keane.

- Trabalhar e ser independente financeiramente. Eu não gosto muito de ter que pedir dinheiro pros meus pais pra fazer quase qualquer coisa que envolva dinheiro. Me sinto desconfortável. Ta certo que por aquele velho princípio de que “se eles me tiveram, me agüentem agora” ta tudo ok, mas eu não gosto mesmo. Quanto mais cedo eu ir trabalhar, melhor. Até porque é algo que eu quero também (viva concursos públicos!).

- Tocar e cantar num show acústico. Ta certo que esse eu praticamente vou "realizar" na sexta-feira (05/06). Mas um show acústico não do jeito que eu vou fazer com Bossa-Nova, mas sim algumas músicas legais de se fazer acústicas, e com todo aquele clima de show acústico mesmo: o violão, tudo calminho, deixar a platéia cantar a música e etc. Mais ou menos assim. Vale lembrar que eu simplesmente sou apaixonado por músicas e shows acústicos, talvez por isso o desejo de algo do tipo.

- Ler (muitos) livros. Eu curto ler, mas prefiro ouvir música e com certeza isso me atrapalha pra ler os livros que eu quero ler (aliás, ouvir música me atrapalha pra muita coisa haha). Tem muitos que eu tenho certa vontade de ler só pra ver como é mesmo (os livros da Agata Christie, por exemplo). Um dia eu leio tais livros. Ou não.

- Assistir a um jogo do Arsenal. Aqui já incluiria um outro desejo meu também, que seria uma viagem ao exterior – nesse caso em específico, até a Inglaterra. Depois do Palmeiras, o Arsenal é o time pelo qual eu fico alegre, triste e revoltado (afinal tudo isso faz parte da essência de um torcedor). A diferença entre ver um jogo aqui e lá é imensa: desde a qualidade da partida até a violência. Obviamente lá é muito melhor.

- Aprender a dirigir e tirar a carteira de motorista vai ser uma das primeiras coisas que eu vou tentar fazer quando completar 18 anos. Isso porque eu quero poder levar minha mãe pra certos lugares que ela eventualmente vai querer ir (e no caso eu a pouparia de ônibus e metrôs lotados). E também porque ela fica dizendo pra eu “não fazer igual ao meu irmão, que é um pamonhoca velho que nem pra levar a mãe dele, quando precisa, pros lugares de carro serve”. É, né.

- Ter um sítio, ou uma chácara. Ou qualquer coisa do gênero. E lá eu poderia eventualmente passar fins de semanas tranquilos, onde eu brincaria com um cachorro (que no caso seria um Akita japonês), deitaria numa rede o dia inteiro apenas usufruindo o ócio, colheria frutas, etc. Também podia ter um lago ou um rio por perto onde eu poderia pescar (atividade que eu curto pra caralho apesar de cumprir com pouca eficácia). Talvez eu tenha tirado muitos elementos desse desejo do rancho do meu tio Ricardo, que em breve vai ser inundado por causa de uma usina hidrelétrica (acho). Uma pena.

- Eu tinha um 8º desejo em mente quando tava escrevendo o 7º. Mas infelizmente eu esqueci qual é (CARALHO!). Então digo outro, que seria visitar Machu Picchu. Morro de vontade de conhecer esse lugar, e de acordo com o meu professor de Espanhol, em breve não haverá mais visitas lá. O motivo exato eu não sei, creio que porque o lugar vai desaparecer, ou algo do tipo (não to a fim de pesquisar e soou meio alien esse papo de desaparecimento do local haha). Se Machu Picchu não existir mais (?) quando eu quiser visitá-la, o Castelo de Neuschwanstein serve também. Lugares lindos da porra.


É mais ou menos isso. Ainda to ressentido pelo maldito 8º desejo. :(

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Ah, eu tava prestes a postar e lembrei do 8º desejo LOL. Como não to com vontade de apagar ali (ficou legalzinho até, vai), coloco aqui mesmo mais um (foda-se). Ter uma guitarra Gibson ES-335. "Só" isso, rs. O som dessa joça é divino e ela é muito bonita (e cara :/). Eu acho que eu nem faria bom uso dela, mas enfim, é um sonho de consumo. E porra, eu tava me condenando pra lembrar ISSO? haha

Soou patético até.

sábado, 16 de maio de 2009

Acquiesce

Eu gosto da tua voz
Eu gosto da tua presença
Faz sentir-me confortável
Gosto da sua essência

Não gosto do seu vício
Gosto da sua importância
Gosto da sua essência
Eu odeio a sua doença

Adoro o seu jeito
Gosto do seu sentimento
Mas me dói o peito
Detesto seu pensamento

Gostava daquelas tardes
Gostava daquele carinho
Não há com o que se preocupar
Não estou mais sozinho

Odiava o cheiro de cigarro
Indiferente ao aroma do café
Nem imaginávamos que as coisas hoje
Não seriam como a gente quer

Em pouco tempo você irá
E eu vou ficar
É difícil não sofrer
É tão difícil não chorar

Mas eu juro que vou tentar
E está chegando a hora
Não sei quando ao certo
Infelizmente você vai embora

Eu já não tenho querer
Não só em mim isso vai arder
E lá eu vou sentir você
E sentir falta de você

Porque eu gosto de você
Porque nós gostamos de você
Porque nós adoramos você
Porque eu amo você






Obrigado. Até.

sábado, 25 de abril de 2009

Quando tudo mudou...

Se eu não me engano, era Carnaval de 2005. Eu e minha família (mais meu primo) estávamos viajando pra praia (Caraguatatuba). No carro, o som que mais ecoava dos alto-falantes era do CD da banda brasileira de heavy metal Angra, Temple Of Shadows. A combinação dos sons de cada instrumento soava aos meus ouvidos de uma forma intensa e ao mesmo tempo perturbadora, já que as letras das músicas eram algo que me fascinavam e atiçavam minha mente de uma forma como nunca antes qualquer outra coisa havia o feito. Afinal, o que estava sendo, de certa forma, posto em jogo – na minha mente bem pré-adolescente – eram as minhas crenças.

As frases das letras das músicas (letras aqui) me deixavam doido. Tudo que eu havia acreditado cegamente em 12 anos de vida (?) parecia estar sendo posto à prova. E eu nunca sequer havia questionado as minhas crenças, os meus ideais. Eis que surgiram então as dúvidas (que deveriam ser naturais): o que fazer? Em que acreditar? Durante algumas semanas, era só nisso que eu conseguia pensar. E cheguei a uma conclusão, que eu diria que era um pouco falha na época, de que eu não acreditava mais no que eu costumava acreditar. “Deus? Bullshit.” O meu jeito adolescente (explosivo, compulsivo) de fazer as coisas não ajudou muito na minha vida social na época, já que os meus colegas de escola (eu estudava numa escola religiosa) passaram a me olhar de um jeito diferente (não ao ponto de eu ser excluído, mas eu sentia que alguma coisa havia mudado), e uma briga nada amistosa com a namorada na época que culminou no fim do namoro (não foi só por isso, a relação tava desgastada, mas ajudou bastante). E eu ainda fazia Catequese. Mas pra esse pessoal eu preferi não falar nada. Até porque, no fundo, ainda haviam dúvidas em mim. Muitas dúvidas aliás.

O tempo passou, eu amadureci um pouquinho, e as idéias já estavam mais sólidas na minha cabeça. Eu já era declaradamente um ateu. Mas, de novo, ainda havia dúvidas. Cheguei a ter uma “recaída” durante um tempo (haha). Hoje quem sabe ainda haja dúvidas? Acredito que não, mas quem sabe? Fato é que depois de um tempo eu passei a enxergar as coisas de uma outra maneira. Até porque, me responda você: o que é a verdade? A mentira? Quem pode definir o que é certo e o que é errado? É Deus que define isso? Mas quem é Deus? Quem o é seu Deus? Haha, porra, só de pensar nessa merda toda já me dá uma tremenda duma dor de cabeça. E é por isso que eu não gosto de falar de religião (e o fato da religião ter sido motivo de não apenas uma guerra já me faz ter um certo desprezo gratuito por todas elas também). Até porque na minha condição de descrente, uma discussão sobre crenças em geral que eu esteja envolvido já começa com outros olhares perante mim (claro que isso também não é uma verdade absoluta, eu amo as exceções).

De maneira geral, eu não gosto de meter o bedelho nas crenças dos outros. Cada um acredita no que lhe convier. A única coisa que eu não acho bacana é o indivíduo acreditar por acreditar. Como eu era. Desde criança fui ensinado a acreditar no “Papai do Céu”, da mesma forma que me falavam sobre o Papai Noel. Pode ser até estranho comparar os dois dessa forma, mas nem é tanto (os princípios – pelo menos no meu caso – eram os mesmos). Que me perdoe a minha mãe se eu “aprendi” errado. Os nossos ideais não podem ser vazios. Acredito que sempre tem que haver um algo mais profundo nas coisas que a gente crê, uma força mais profunda (hoje eu não to falando nada com nada mesmo, talvez você entenda isso). Tanto é que algumas pessoas religiosas eu até admiro pelo seu jeito de ver as coisas. Enfim.

sábado, 18 de abril de 2009

Well, I guess this is growing up


Crescer. O que significa ao certo crescer? Amadurecer? “Virar gente grande”? A resposta eu não sei e você provavelmente também não (se souber, favor compartilhar com a galerë nos comentários).

Eu sou moleque, 16 pra 17 anos. Vivi pouco e não sei se terei a oportunidade de viver muito, afinal, o futuro é incerto (isso vale pra todos) e eu moro na cidade de São Paulo. Hoje, conversando com a namorada, relembramos um pouco da infância, dos desenhos e programas na TV que gostávamos de assistir. As míticas aberturas de Tintin, Fly e Rá-Tim-Bum (em que eu e meu irmão, na mais pura inocência típica de crianças, nos escondíamos na parte do bolo que espatifava na tela da televisão), o incrível término de cada episódio em que invariavelmente o Coyote sempre se fodia na mão do Papa-Léguas, enquanto que não necessariamente o Jerry sempre se prevalecia sobre o Tom e o Pica-Pau sobre o Zeca Urubu ou o Leôncio.

Quando a gente é criança, tudo – tudo – parece ser maior do que realmente é. Conforme crescemos, as coisas parecem perder o brilho. Apesar de haver as exceções à regra, como por exemplo, o fato de eu ainda rir com Chaves e Chapolin e ainda achar legal as músicas dos passarinhos do Castelo Rá-Tim-Bum, hoje em dia eu não sei se o brilho que os Ursinhos Carinhosos tinham pra mim naquela época fariam o mesmo efeito na minha mente não tão – mas mais do que antes – amadurecida. E tudo isso porque hoje eu já vejo o mundo de outras maneiras, e o mundo se impõe de tal forma que se eu não vê-lo nas tais outras maneiras, eu realmente tomo no rabo. Crescer é uma merda.

Afinal, “com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”, eis o clichezão máximo do Homem-Aranha (que eu vi hoje um trecho na TV). Talvez eu simplesmente não queira ver o mundo de outras formas, não queira crescer, ter as tais grandes responsabilidades. Apesar de eu, modéstia à parte, me considerar maduro pra certos aspectos, pra outras coisas eu estou totalmente inapto.

Eu não sei se hoje é assim, mas na minha época (putz, hehe), quanto mais rápido a gente crescia, melhor. Porque de algum jeito, pras crianças daquele tempo, ser adulto – ser grande – era muito bom, muito legal. Mesmo pra mim, era assim que funcionava. Eu queria crescer, ser “grande”, poder ir pra casa dos meus amiguinhos sem que minha mãe implicasse com a idéia, poder jogar futebol com meu pai (e, olha, hoje eu já faço isso!), poder discutir com os tios mais velhos sobre futebol, falar como “gente grande” com meus primos mais velhos sobre videogame e brincar de amarelinha na rua com meu irmão, minha prima e amigas. Mas eu não podia, porque eu era “muito pequeno” e “muito criança” (fatos).

Ok, eu cresci. Nem tanto, mas eu cresci. E o que eu quero hoje é não crescer, voltar a ser criança. Incrivelmente, quando somos crianças, tudo o que mais queremos é ser adultos, e quando crescemos, queremos voltar a ser crianças. Ser humano é foda (capte a ambiguidade).

Crescer definitivamente não é tarefa fácil. Talvez por isso eu esteja fugindo dessa tarefa da grande matéria que é a vida (assim eu até pareço um daqueles pseudofilósofos/moralistas falando – ou não né). Mas, infelizmente (ou felizmente), não dá pra fugir disso. É uma realidade que temos que encarar de uma forma ou de outra. O tempo passa, e precisamos acompanhar a evolução e o crescimento natural das coisas. A humanidade evolui, eu evoluo, você evolui. Mas no fim das contas, só depende de da humanidade, de mim e de você, pra decidir afinal de contas, se esse progresso vai ser positivo ou negativo, se vamos seguir em frente ou parar, regredir.

Justamente por saber que eu necessariamente tenho que encarar essa situação, é que eu acho que ela é uma merda. Eu sou o único que pensa assim?




“I'd love to know what we're all about
We all have done
Am I gonna get old and laugh
With someone?
Think I'll get me a boy and a girl
Or not either?
Will I get what I want from this world?
I'm a daydreamer
Then I watch the old couple dance
Step on my old size nines and I'll take you 'round”

(Stereophonics – Step On My Old Size Nines)

sábado, 11 de abril de 2009

Sonho de uma noite de Outono

Eu tenho, assim como pressuponho que você deve ter, sonhos (muitos ou não). Ambições, objetivos, metas a serem alcançadas. No meu caso, possuo muitos sonhos. Pode soar ridículo – ou não – mas eu já sonhei um dia em ser um cozinheiro. Sim, desses chefs de cozinha que são mestres na arte de cozinhar um bom arroz e feijão, grelhar aquela carne esperta e fritar um ovo melhor do que o de nossas mães (isso é uma particularidade minha, já que eu simplesmente adoro a comida que minha mãe prepara; enquanto que conheço amigos que dizem que “toda comida de mãe é boa”, já vi dizerem que “nem sempre”). Por quê?

Lembro de uma época, quando eu ainda era mais criança, em que eu tava vidrado em comida. Mas não no sentido de comer, mas sim, no de “ver”. Eu gostava de assistir minha mãe preparar a janta pra família enquanto ela falava ao telefone, um divertimento peculiar pra uma criança de 10 anos (chutei uma idade qualquer, já que eu não lembro exatamente da época do ocorrido). Como ela fritava os bacons, a maneira de temperar os bifes de frango, o jeito de mesclar o arroz com a cenoura desfiada... pra mim aquilo tudo parecia mágico, fantástico. E sinceramente eu não sei porque. Então meu instinto de independência agiu e eu comecei a tentar preparar meus próprios alimentos, e sempre tentando preparar coisas ‘novas’. Mas claro que era tudo mais simples em relação ao que a minha mãe preparava. Miojo temperado com molho shoyu me parecia ser algo genial e de fato era delicioso pro meu paladar. Felizmente ou infelizmente esse sonho foi passageiro (mais precisamente até o dia em que eu deixei queimar bacon e coloquei a panela ainda quente em cima da mesa; um buraco foi aberto no tecido que revestia a mesa).

Eu vivo fases. Fases de tudo na vida: de ouvir certas músicas, de escrever de um jeito específico/peculiar no MSN, falar com mais freqüência certas gírias/expressões e, claro, a fase de ter sonhos específicos. Já vivi a fase do cozinheiro, a fase do jogador de futebol, a fase do desenhista, a fase do ator, a fase do escritor, a fase do engenheiro químico (sim...), e atualmente – já tem um certo tempo – vivo a fase do músico. É, se você for olhar alguns posts atrás, verá que eu já escrevi que gostaria de ter a música do meu lado por muito tempo ainda. E, olha, isso foi no ano passado.

Um músico. Daqueles que tocam numa banda com um som agradável (não precisa ser um estilo específico por ora, já que me agradam muitos estilos – apesar de minha preferência sabidamente ser o rock), que viajam pelo mundo pra levar sua música pra todo tipo de gente, que fazem shows pra mais de 50 mil pessoas de uma vez só. Eu gosto muito de tocar guitarra. Mas eu não precisaria ser necessariamente um guitarrista, já que eu também gosto de cantar (mesmo minha voz não sendo das melhores), tocar baixo me parece muito interessante (de fato já me apresentei tocando baixo e cantando), e eu sou um autodidata muito podre em bateria (mas eu gosto de fazer barulho em uma). A música me desperta um sentimento indescritível e prazeroso... totalmente inexplicável mesmo. E no fim eu sempre busco refugo na música pra escrever nesse blog, né não?

As sensações que certas músicas me trazem são tão fortes que eu chego a ficar viciado nelas. É como uma droga, mas uma boa droga (ou não, já que meus ouvidos não são indestrutíveis), e que eu digo sem medo mesmo que eu gosto e muito. Tocar, cantar, ouvir... tudo isso me parece muito “especial”. Eu não toco muito bem e como já disse, minha voz não é das melhores. Mas o meu desejo de superar esses obstáculos (nada que um bom treino não resolva) não é muito grande. Sim, já que o meu treino não me parece ser o suficiente e porque minha voz só piorou de uns tempos pra cá (é, eu já cheguei a cantar bem). Até que eu vejo shows. Não necessariamente na internet, e no caso irei citar um em específico: Live At Slane Castle, do Red Hot Chili Peppers, uma das minhas bandas prediletas. Ver esse show no meu DVD simplesmente me dá tesão (é isso mesmo). É sobrenatural o jeito dos integrantes da banda tocarem, se moverem enquanto o fazem, sentindo cada nota sendo tocada, cada acorde sendo emitido, cada batida sendo ritmada... só uma palavra pra definir isso: orgasmo. E pra puta que pariu com a formalidade.

Viver disso me parece ser a coisa mais legal do mundo. Tirando a parte problemática que todas essas bandas vivem – bebida e drogas – eu acho isso tudo muito bacana (eu não bebo e nem me drogo, só pra constar). Mas, novamente, eu não acho que eu tenha muita ambição pra perseguir isso. O que é uma pena. Expor essa minha fraqueza dessa forma pode soar até patético, mas eu não me importo. Um dia ainda vai chegar o sonho que eu vou buscar com determinação. Pode ser esse mesmo, pode não ser; fato é que eu ainda vou atrás de algo “grande”, pois eu não quero viver minha vida como muitas pessoas vivem as suas: em branco. Talvez essa seja a minha ambição, não ser um Zé-ninguém. Agora só falta eu achar o ramo em específico da vida que eu vou atrás de verdade.

Independente de ser música, cinema ou gastronomia, vá atrás das suas ambições. Eu prometo que vou me esforçar mais também (fato). A vida não nos permite muitas chances pra realizar nossos sonhos, então é algo que a gente deve agarrar e seguir com vigor. Algo que já usei em outro post cabe perfeitamente aqui: “você só vive uma vez”. Keep that in mind, dumbass!


You Only Live Once by LSF-1945


domingo, 7 de setembro de 2008

A vida e a música


Há umas 3 semanas atrás, mais ou menos, me senti um merda. "Eu podia estar muito melhor, puta merda...", pensei. Meu pensamento tratava-se sobre a minha habilidade com a guitarra. Desde as férias, eu tenho tocado guitarra diariamente, e isso, claro, fez com que eu progredisse. Só que eu não contava com um progresso tão rápido (e inesperado). E isso me fez refletir: se eu realmente tivesse me dedicado anteriormente (porque já "pratico" há um bom tempo), eu poderia estar MUITO BOM agora. Sem me comparar a pessoas que conheço (que tocam), eu me acho muito meia-boca. E quando vou me comparar com outros (em especial com dois colegas de sala, grandes amigos), ocorre uma involução: de meia-boca, vai pra merdinha.

Mas isso não vem ao caso. O que venho tratar nesse texto é sobre algo que definitivamente não tenho dúvidas agora: a minha paixão incondicional por música. Tenho certeza que a minha audição está/é prejudicada por causa de fones de ouvido (que não 'uso' há muito tempo já). E não apenas pelos fones de ouvido, mas também pelas músicas (geralmente num volume relativamente alto) que escuto frequentemente, o dia inteiro. Mesmo que não haja muitas variações, lá estou eu, sempre ouvindo algo (mesmo com a TV ligada).

E eu também percebi algo: eu pensei em vários tipos de textos pra escrever aqui ao decorrer das semanas, já que fazia um longo tempo que não postava. Pensei sobre temas como o fim das Olimpíadas (e como eu comentei a respeito no meu outro texto - sobre o Brasil conseguir ficar à frente da Bielorrússia no quadro de medalhas - o Brasil não conseguiu), sobre as façanhas de Michael Phelps e Usain Bolt, sobre a atual pseudo-importância do Orkut na vida dos brasileiros, etc etc. E também pensei, claro, em assuntos relacionados à música: sobre bandas, músicas/músicos específicos, estilos, a sua história, etc etc. E eis que o que vem me mover a postar aqui: a tal da música.

PENSO, LOGO EXISTO. E penso bastante, até. Sobre diversas coisas. Me peguei pensando em música numa dessas voltas pra casa da escola, e cheguei à conclusão de que vou continuar, por muito tempo ainda, me dedicando à música. Seja lá em qual aspecto for, eu vou estar lá pra música, e ela vai estar aqui pra mim. E quem sabe, talvez, eu não possa conseguir algo mais "sério" com isso? Hoje foi um dia mágico. Eu e meus amigos formamos uma banda há um ano e alguns meses, e fomos ensaiar hoje para apresentarmos algumas músicas para a escola no projeto interdisciplinar, que ocorrerá daqui há aproximadamente um mês. Alguns erros ao início, tudo muito normal, e aos poucos as coisas iam se aprimorando. Quando tocamos a última música, Last Nite (da banda The Strokes, a mesma banda que mencionei na outra postagem - a música também é do mesmo CD que citei), tive uma sensação de prazer imensurável. Foi, sem sombra de dúvidas, uma das melhores sensações que já tive na vida. E fiquei feliz pelo fato da música ter podido me proporcionar aquela sensação indescritível, que eu, com toda a certeza do mundo, gostaria que estivesse se repetindo agora.

Para fechar o dia com chave de ouro, eu e mais dois amigos (os dois que citei anteriormente - sobre a guitarra - e que ensaiaram comigo na banda) fomos ao cinema à noite assistir o filme brasileiro Os Desafinados. Um filme muito bom - sobre música, especificamente a Bossa-Nova - que me agradou em vários aspectos (que não vou contar aqui por uma questão de ética - quem tiver interessado, vá assistir!). Eu recomendo que assistam mesmo, é um filme muito interessante. E foi interessante também ver como eu e meus amigos fizemos pequenas analogias e comparações sobre o filme e nós mesmos. Achamos muitas coisas semelhantes com o filme e nossas vidas juntos. E, de novo, durante o filme, eu me peguei pensando. Me peguei pensando no quanto eu realmente amo música como um todo. E um grandíssimo obrigado à pessoa que "descobriu" a música. Valeu mesmo! :)